sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Governo de Goiás quer R$5 bilhões da Eletrobras por participação na falida CELG



Desde 2009 o governo federal tem empreendido um grande esforço para "salvar" a CELG, distribuidora de energia que atende Goiás e pertence ao governo estadual. Até o momento, no entanto, a situação não foi resolvida. A Eletrobras já até comunicou ao mercado que comprará o controle da companhia, mas o negócio não foi selado devido à resistência dos políticos goianos em liberar a venda por um preço que a holding federal aceite pagar.

As conversas para que a Eletrobras assumisse a empresa chegaram a um acordo em 2011, pelo qual a estatal federal ficaria com 51% da distribuidora goiana. Em maio deste ano, a compra foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que inclusive sugeriu multar a Eletrobras em R$888 mil devido ao atraso na notificação sobre o negócio.

Nesta sexta-feira (1/11), no entanto, matéria no jornal local O Popular apontou que ainda não há um acordo sobre o valor a ser pago pela Celg-D. A Eletrobras se propôs a fazer uma aquisição simbólica, por R$1 e mais uma promessa de investimentos superiores a R$1 bilhão. A companhia teve apoio da auditoria Deloitte na proposta. Mas o governo de Goiás discorda e se baseia em laudo da Universidade Federal de Goiás que aponta um preço de ao menos R$4,9 bilhões pelo ativo.

O assunto foi discutido em reunião com o ministro Edison Lobão, o presidente da Eletrobras, José da Costa Neto, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, e o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

A operação de salvamento da CELG começou ainda no governo Lula, e se tornou uma novela. A companhia, que opera em um mercado em expansão, conseguiu acumular uma dívida bilionária que aumentou 250% somente entre 2003 e 2008, segundo estudo do Tribunal de Contas do Estado de Goiás.

Em 2010, foi articulado um empréstimo de R$3,7 bilhões da Caixa Econômica Federal para a companhia, que acumulava à época mais de R$5 bilhões em dívidas. O acordo, no entanto, "melou"  no final do ano. "Por dificuldades de natureza política às quais nem quero me referir", segundo o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. A imprensa, porém, atribuiu o problema à eleição do candidato tucano Marconi Perillo na eleição para o governo de Goiás.

Sem apoio federal, Goiás tentou uma reestruturação com o apoio do banco Credit Suisse, mas a única solução foi voltar a estender o chapeu para o governo federal, que acertou a entrada da Eletrobras no negócio em 2011.

A CELG é uma das distribuidoras que tem o contrato de concessão com vencimento em 2015. O governo federal ainda não decidiu como e quando será feita a renovação ou extinção dessas concessões. A Eletrobras também tem concessões de distribuidoras para vencer no mesmo ano. No caso da holding, o problema é que as companhias acumulam prejuízos bilionários ano após ano. O Santander foi contratado para encontrar um modelo de venda dos ativos, mas a operação está em compasso de espera, uma vez que não é atrativo vender as empresas sem uma definição sobre os contratos.

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